Quais têm sido nossas preocupações e prioridades?

“Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?” Mateus 6:26

Nossa vida é uma correria, tantas responsabilidades que ficamos sobrecarregados, cansados e não conseguimos parar para desfrutar das bênçãos que Deus nos dá pelo medo de nos faltar algo.

Por consequência, deixamos de valorizar o que realmente é importante, pois, como o tempo é curto, priorizamos o que entendemos ser urgente, no entanto, nem sempre o que é urgente é o mais importante.

Com essa intencionalidade, gostaria que refletissem sobre a importância e urgência em priorizarmos nossos filhos, uma vez que na busca de “darmos algo melhor”, temos negligenciado cuidados essenciais.

Existem alguns assuntos que precisam ser abordados dentro das igrejas e a ausência da família na figura dos pais é um deles.

Você sabia que o número de abusos sexuais, drogas, mutilações e tentativas de suicídio tem aumentado desenfreadamente entre crianças e adolescentes?

Cabe informar que parte desse aumento está relacionado a ausência familiar. Não somente na forma física, mas na falta de relacionamento, instrução, suporte emocional, espiritual e psicológico.

As crianças e adolescentes são indivíduos em formação, e nessa fase ocorrem mudanças do qual muitos têm dificuldade em lidar. Baseada nesta afirmativa, pergunto: Onde estão os pais? E infelizmente a resposta quase sempre é a mesma. Estão ocupados demais, tentando dar “o melhor” para os filhos.

Algumas ausências são tão avassaladoras, que os abusos sexuais são praticados dentro de casa, por um dos pais, padrasto, familiares ou amigos da família.

Em outras situações, viciam-se em entorpecentes que os pais nem ao menos notam quando tal prática foi iniciada. Neste grupo, ainda pesa o fato de muitos adentrarem ao crime em decorrência do vício.

Consequentemente partem para mutilações e até tentativa de suicídio como forma de pedido de socorro. Pois é! Sim, isso tudo acontece também com famílias cristãs que frequentam a igreja.

Certa vez, ouvi de uma adolescente, que sua mãe era completamente ativa na igreja, dedicada em servir, entretanto, disse que quando a mãe chegava em casa ela era “o próprio cão”.

Você consegue compreender a importância da urgência de tempo de qualidade com sua família? Seus filhos precisam de você hoje e as consequências de uma omissão pode ser cruel e irreversível.

As violações não acontecem somente em casa, mas também em escolas, igrejas, casa de familiares, amigos e até mesmo na rua.

O inimigo tem atacado nossos filhos e não podemos ser surpreendidos com situações dolorosas e traumáticas. Use as ferramentas deste tempo ao seu favor e se faça presente, ainda que distante, mas que seu relacionamento seja tão marcante de forma que seus filhos não se sintam sozinhos, com medo ou desprotegidos.

Conecte-se com ele, converse, pergunte, se interesse por sua vida, pois o espaço que deixamos vazio na mente e coração deles, serão ocupados de alguma forma e infelizmente, como tenho visto frequentemente, não será ocupado com estudos, boas amizades e excelentes influências.

Precisamos urgentemente ressignificar nossas prioridades, colocando a família no lugar onde deve estar, no centro da vontade de Deus, dando a ela a devida importância pois é nosso maior ministério e responsabilidade.

No entanto, se por alguma razão esse vínculo familiar estiver se perdido, fragilizado, ou mesmo na impossibilidade de ter impedido que algo da natureza acima acontecesse, pare, repense e peça ajuda, pois a ação rápida e incisiva minimiza danos aos envolvidos.

Como bem cita David O. McKay, “Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”.

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. Deuteronômio 6:6-7

Saiba mais sobre a autora @anacarlaramosdesa